Muitas pessoas com dor no joelho me procuram no consultório preocupadas com o surgimento de um cisto no joelho. Geralmente, são pessoas com mais de 40 anos e com um cisto na parte interna (medial) e de trás (posterior) do joelho. Mas os cistos podem aparecer em pessoas de todas as idades (crianças a idosos) e em outras regiões do joelho, seja na parte da frente (anterior) ou de trás, e na parte interna ou externa (lateral).
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ToggleO que é um cisto?
O cisto no joelho é como se fosse uma pequena bolsa, de forma arredondada, que acumula líquido. Ele pode crescer e se tornar visível sem a necessidade de nenhum exame (ex.: ultrassom ou ressonância) para identificar sua presença, ou ser descoberto somente por meio de exames de imagem.
Em alguns casos, o cisto pode simplesmente sumir espontaneamente, sem que tenha sido necessário nenhuma espécie de tratamento. Já em outros, o cisto pode crescer muito e incomodar bastante. É bem comum, inclusive, alternar períodos em que o cisto está maior ou menor.
De onde surge o cisto de Baker e outros cistos?
Existem basicamente dois tipos de cisto no joelho. O primeiro é o cisto poplíteo, também conhecido como cisto de Baker. Ele é o tipo de cisto mais comum do joelho. Normalmente, localiza-se na parte de trás e interna do joelho, próximo ao músculo gastrocnêmio medial (da panturrilha) e o semimembranoso (outro músculo da perna).
O segundo tipo de cisto é aquele que se origina do menisco. Temos dois meniscos, o medial (da parte interna) e o lateral (da parte externa). O cisto meniscal comumente se origina do menisco lateral, e pode se tornar visível na parte da frente e externa do joelho.
Tanto o primeiro quanto o segundo tipo de cisto é formado por causa de outros problemas no joelho, como lesão do menisco, desgaste da articulação (i.e., artrose), lesões da cartilagem e lesões do ligamento cruzado anterior.
O cisto de Baker é perigoso?
Normalmente, o cisto é somente uma “bolsa” que acumula líquido. Mas, quando muito grande, pode machucar algum nervo do joelho e provocar alterações na função desse nervo.
É importante também se certificar que o cisto que estamos vendo a olho nu (i.e., sem nenhum equipamento) é realmente um cisto. Ele pode ser, por exemplo, um tumor (benigno ou maligno), um linfonodo, etc. Por isso, o paciente sempre deve procurar atendimento médico com ortopedista especializado.
Preciso tratar o cisto?
Sim, mas nem sempre o tratamento é voltado diretamente para o cisto em si. Em muitos casos, tratar o cisto não é a abordagem mais vantajosa, pois ele pode voltar a surgir. Por isso, o mais comum é tratar a causa que levou ao aparecimento do cisto — como uma lesão no menisco, artrose, entre outras condições.
Por outro lado, há situações em que o tratamento direto do cisto é indicado. Isso pode ser feito com a aplicação de medicamentos dentro do próprio cisto ou, em alguns casos, com a remoção cirúrgica.
Cada caso deve ser avaliado de forma individualizada. Por isso, é importante não se basear apenas em relatos de outras pessoas. O ideal é buscar a orientação de um ortopedista especialista, que fará uma avaliação adequada e indicará a melhor conduta para o seu caso.