O nosso corpo possui mais de 100 ossos e eles precisam estar grudados de alguma forma, senão o esqueleto desmonta. Para tanto, existem os ligamentos, estruturas que ligam um osso ao outro. Não confunda ligamento com tendão, que liga o músculo ao osso.
Quando o ligamento sofre ruptura, os ossos que são unidos por ele se tornam instáveis; i.e., movimentam-se além do normal, o que não é bom para o corpo, pois pode provocar dor, dificuldade para realizar atividades, destruição das articulações, etc.
Por isso, o tratamento da lesão dos ligamentos do joelho exige acompanhamento com um ortopedista bem capacitado para diagnosticar a lesão ligamentar, identificar o(s) ligamento(s) danificados, estimar a gravidade da lesão e indicar o tratamento mais adequado.
NO JOELHO, existem 3 ossos principais (fêmur, tíbia e patela) que se relacionam entre si para que consigamos andar, correr, chutar, saltar, dançar, malhar, etc. Como as forças que atuam sobre o joelho provêm de várias direções (ex.: de dentro pra fora, de trás pra frente, rotação, etc.) e podem chegar até cerca de 8 vezes o nosso peso, não basta 1 ou 2 ligamentos para manter a ligação entre seus ossos.
O joelho possui mais de 10 ligamentos, e aqui citarei os que mais requerem a atuação do especialista de joelho:
- Ligamento cruzado anterior (é o que mais sofre lesão);
- Ligamento cruzado posterior (ligamento mais “forte” do joelho);
- Ligamento colateral medial (exibe o melhor resultado no tratamento);
- Canto posterolateral (conjunto de ligamentos que sofrem ruptura em traumas mais graves);
- Ligamento patelofemoral medial (relacionado com a luxação da patela);
- Ligamento anterolateral (costuma sofrer lesão junto com o ligamento cruzado anterior).
Como saber se preciso operar a lesão dos ligamentos do joelho
A decisão depende de diversos fatores, como quantidade de ligamentos rompidos, qual ligamento foi rompido, gravidade da lesão, presença de outras lesões (ex.: menisco, cartilagem), entre outros. Por isso, a decisão deve ser tomada mediante uma consulta especializada.
O tratamento não cirúrgico é realizado sempre, e engloba medicamentos, órteses e equipe de reabilitação multidisciplinar (fisioterapeuta, educador físico e nutricionista). Quando se opta por também operar, o tratamento não cirúrgico é realizado antes e após a cirurgia para promover o melhor resultado possível.
O tratamento cirúrgico tem como princípio a reconstrução do ligamento lesado, pois, na maioria das vezes, não é possível costurar – i.e., reparar – o ligamento.
Para reconstruir o ligamento, utilizamos um enxerto, que pode ser do próprio paciente ou proveniente de um banco de tecidos. O enxerto é um (ou mais de um) tendão situado na região do joelho (por exemplo, o tendão da patela). Após retirado, o enxerto é posicionado e fixado no local onde se situa o ligamento lesado.