A cartilagem que recobre os nossos ossos pode ser comparada, analogamente, ao asfalto que cobre as ruas: quando ele está em boas condições, os veículos se locomovem sem complicações.
No entanto, conforme o fluxo aumenta, existem fatores que podem comprometer o estado do asfalto: alto fluxo, peso dos carros, acidentes ou até mesmo a qualidade do material, resultando em um desgaste inevitável. Nesse exemplo comparativo, a cartilagem se desgasta a medida que a pessoa envelhece. Esse processo pode ser acelerado por uso excessivo da articulação, peso elevado, traumas (ex.: fraturas, entorses) e fatores genéticos.
Existem dois tipos principais de lesões na cartilagem: quando ela se alastra por muitas regiões do joelho, em outras palavras, de maneira mais generalizada, a chamamos de artrose (ou osteoartrite, gonartrose, osteoartrose). Já abordamos o tratamento para artrose no site. Nessa seção, falarem mais especificamente sobre as lesões focais (mais pontuais) da cartilagem, como se fossem – recuperando a analogia do asfalto usada no começo do texto – os “buracos” da rua que necessitam de recapeamento.
Os “buracos” que são formados na cartilagem podem ser mais superficiais ou bem profundos, atingindo dessa forma, até o osso que deveria estar coberto. As lesões profundas são as mais preocupante, pois resultado em dor e possuem menor potencial de cicatrização. Por conta disso, essas lesões são também as que podem necessitar de tratamento cirúrgico.
Tratamento de mosaicoplastia do joelho
A mosaicoplastia de joelho é uma modalidade de transplante em que retiramos tecido do próprio paciente. Diferente do implante de condrócitos, nessa técnica, retiramos pequenos segmentos (chamados de plugs) contendo cartilagem e osso de áreas sadias e os implantamos nas áreas doentes. Os plugs são retirados de áreas que não sofrerão com a ausência da cartilagem.
As opções de tratamento cirúrgico para lesão na cartilagem variam conforme tamanho da lesão, e inclui microfraturas, membranas de colágeno e transplante de cartilagem. A cartilagem utilizada no transplante pode ser proveniente do próprio paciente – pelas técnicas de mosaicoplastia de joelho ou de implante de condrócitos – ou de doador falecido – semelhante a transplante de outros órgãos, como fígado e coração.