As células do nosso corpo funcionam sob influência de diversos estímulos. Por exemplo, os músculos se contraem sob a influência dos impulsos nervosos enviados pelo cérebro; e os batimentos cardíacos aceleram sob influência do hormônio adrenalina produzido pelas glândulas suprarrenais.
Por sua vez, os ossos fraturados podem cicatrizar mais rápido sob influência das ondas de choque produzidas por um equipamento. As ondas de choque para tratar fraturas são ondas sonoras que, ao entrar em contato com as células ósseas, desencadeiam reações biológicas que estimulam a cicatrização.
As ondas de choque são produzidas por um equipamento, assim como os equipamentos de ultrassom (para fazer diagnósticos por imagem) e de laser (para fazer tratamentos). O equipamento funciona com energia elétrica, mas as ondas de choque não têm nada a ver com eletricidade.
O termo “choque” se refere à forma como as ondas são produzidas. Desse modo, o paciente não será exposto a descargas elétricas, mas a ondas sonoras terapêuticas.
Como as ondas de choque estimulam a cicatrização do tecido ósseo, podem ser utilizadas para acelerar a cicatrização de fraturas e tratar distúrbios da cicatrização de fraturas.
Ondas de choque para acelerar a cicatrização de fraturas
Algumas fraturas requerem maior tempo para cicatrizar (cerca de 3-6 meses) mesmo quando não ocorre nenhuma complicação (ex.: infecção, pseudoartrose, retardo de consolidação, etc.).
- As fraturas que normalmente necessitam de maior tempo para cicatrizar são:
- As fraturas de ossos grandes, como o fêmur e a tíbia;
- As fraturas expostas, em que o osso fica exposto “para fora do corpo”, entrando em contato com o meio ambiente. Isso pode acontecer quando o osso perfura a pele, ou quando ocorre lesão grave da pele que deixa de cobrir o osso;
- As fraturas cominutivas, que são fraturas muito fragmentadas (com muitos “pedaços”).
Como as ondas de choque aceleram a cicatrização do osso, nessas situações as ondas de choque podem diminuir o tempo necessário para a cicatrização completa da fratura e diminuir a chance de haver alguma falha na cicatrização da fratura (ex.: pseudoartrose e retardo de união).