A lesão da cartilagem na criança é chamada de osteocondrite dissecante. Nessa doença, a cartilagem que recobre os ossos do joelho (em especial o fêmur, que é o osso da coxa) se desprende do osso, podendo ficar solta na articulação. Isso provoca dor, inchaço, dificuldade para andar e realizar as atividades diárias.
Tratamento da osteocondrite dissecante
O tratamento da lesão de cartilagem na criança depende do seu tamanho, profundidade e o quanto está desencaixada do osso.
Na maioria dos casos, é possível optar pelo tratamento expectante, que consiste na observação da evolução do quadro. Além disso, a criança precisa deixar de realizar atividades físicas com impacto no joelho, como correr, pular, chutar, entre outras. Ainda no tratamento expectante, pode ser necessário utilizar alguma imobilização (ex.: órtese ou tala gessada) e muletas para diminuir ainda mais o impacto no joelho doente.
A segunda opção é realizar perfurações na cartilagem doente somado ao que já foi falado para o tratamento expectante. Essas perfurações são chamadas de microfraturas, que são o mesmo procedimento realizado para lesões de cartilagem em adultos.
A terceira opção consiste em fixar (prender) a lesão de cartilagem com um parafuso. As microfraturas e a fixação com parafuso são normalmente realizadas por cirurgia minimamente invasiva chamada de artroscopia.
A última opção é a realização de transplante de doador falecido (chamado de transplante homólogo) ou do próprio paciente (chamado de transplante autólogo). Quando do próprio paciente, podemos realizar de duas formas:
- Transplante de condrócitos (células da cartilagem): nesse caso, retiramos as células do próprio paciente e encaminhamos para o laboratório, onde elas receberão um tratamento (chamado de cultura de células) para se multiplicarem. Num segundo momento, as células, agora em maior quantidade, serão reimplantadas na lesão e cobertas por uma membrana de colágeno;
- Mosaicoplastia: pegamos cartilagem sadia de uma região no joelho (que não sofrerá com a ausência de cartilagem), e a implantamos na área doente;
- O transplante pode ser realizado por artroscopia, ou, quando a lesão for grande, por cirurgia aberta (aquela cirurgia feita sem o uso de câmeras milimétricas, e com um corte maior na pele).