Os ossos do joelho (tíbia, fêmur e patela) são cobertos por um tecido (conjunto de células) chamado cartilagem. Esse tecido permite que os ossos do joelho friccionem entre si durante os movimentos com menor atrito, evitando que os ossos sofram degradação. É como se batêssemos uma pedra contra a outra: com o passar do tempo, as pedras degradariam; por outro lado, se as cobrirmos com um pano macio e liso, elas não sofreriam danos ou quase nenhum dado.
Quando os ossos perdem a cobertura da cartilagem, dizemos que o paciente tem artrose (ou osteoartrite, ou gonartrose), que é uma doença decorrente do desgaste da articulação. Como resultado, o paciente tem dor, dificuldade para andar, perda de mobilidade e deformidade (joelho fica torto para fora ou para dentro); ou seja, perde qualidade de vida.
Geralmente, iniciamos o tratamento da artroplastia total do joelho com medidas não cirúrgicas (medicamentos, fisioterapia, viscossuplementação, ondas de choque, entre outros). Para os pacientes que não melhoram assim, indicamos a cirurgia.
Como opções cirúrgicas, podemos realizar osteotomias e artroplastias. Quando só uma parte do joelho está doente, podemos fazer osteotomias e artroplastias parciais. Quando todo o joelho está doente, indicamos a prótese total.
Como é a cirurgia para colocar a prótese total de joelho?
O paciente é internado em jejum de 8 horas e encaminhado ao centro cirúrgico, de onde segue para a sala de cirurgia. Lá, o médico anestesiologista administra medicamentos para promover sedação e anestesiar o joelho. A sedação ajudará o paciente a ficar mais calmo e relaxado, e permitir que ele durma durante a cirurgia. A anestesia do joelho é realizada por meio da raquianestesia, que consiste na aplicação de medicamento via coluna lombar.
Uma vez anestesiado, posicionamos o paciente deitado na mesa de cirurgia para darmos início ao procedimento. Nesse momento, colocamos um torniquete na coxa a ser operada a fim de minimizar o sangramento durante a cirurgia e facilitar a visualização da anatomia do joelho.
Em seguida, faço a incisão cirúrgica (corte na pele) de aproximadamente 15cm para visualizar a anatomia do joelho. Na sequência, utilizo ferramentas para retirar a cartilagem doente e corrigir as deformidades do joelho (ex.: joelho torto para fora ou para dentro). Ademais, utilizo serras cirúrgicas para remodelar a geometria dos ossos do joelho, permitindo que a prótese se encaixe perfeitamente, semelhante às peças de um Lego®.
Para aumentar a qualidade do encaixe da prótese ao joelho, a preenchemos com um cimento ósseo composto de polimetilmetacrilato, que funciona com princípio semelhante ao cimento utilizado na construção civil.
Colocada a prótese, costuramos a pele, realizamos o curativo e deixamos um dreno, que é um dispositivo utilizado para evitar acúmulo de sangue dentro do joelho. O dreno, geralmente, é removido após 1-2 dias. Os pontos da cirurgia são retirados após 3-4 semanas.