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Lesão do Ligamento Colateral Medial (LCM): entenda a situação e o tratamento

A lesão do ligamento colateral medial (LCM) é uma condição que compromete a estabilidade e o movimento da articulação do joelho. O LCM está localizado na parte interna (medial) do joelho e é responsável por resistir a forças que empurram o joelho para dentro, ou seja, em valgo. Esta lesão é comum em esportes que possuem contato físico, mudanças rápidas de direção ou entorse do joelho.

Como ocorre a Lesão do Ligamento Colateral Medial?

A lesão do LCM ocorre devido a uma força direta aplicada à parte externa do joelho, forçando o pra dentro. Chamamos essa força de estresse em valgo. Como o LCM está localizado na parte interna do joelho, o estresse em valgo tensiona esse ligamento, que acaba rompendo quando a força excede a resistência do LCM. Movimentos bruscos, torções ou colisões são as causas mais comuns, sendo frequente em esportes como futebol. A lesão pode variar de uma distensão leve a uma ruptura completa do ligamento associada a lesões de outras estruturas do joelho como o menisco medial, o ligamento cruzado anterior (LCA), o canto posteromedial, entre outros.

Graus da Lesão do Ligamento Colateral Medial

A gravidade da lesão do LCM é classificada em três graus:

  • Grau 1 (Estiramento leve): O ligamento está levemente estirado, mas ainda consegue manter a estabilidade do joelho. Os sintomas são geralmente leves e incluem uma dor de leve a moderada intensidade.
  • Grau 2 (Ruptura parcial): O ligamento está parcialmente rompido, o que resulta em uma maior instabilidade no joelho. A dor é moderada a intensa, e pode haver dificuldade em mover o joelho.
  • Grau 3 (Ruptura completa): O ligamento está completamente rompido, levando a uma significativa instabilidade no joelho. A dor é intensa, o movimento do joelho fica limitado e costuma ter inchaço no joelho por conta de lesões de outras estruturas (LCA, menisco medial, LCP, cartilagem).

Sintomas da Lesão do Ligamento Colateral Medial

Os sintomas variam conforme a gravidade da lesão, mas geralmente incluem:

    • Dor na parte interna do joelho, especialmente ao tocar ou pressionar a área lesionada. Essa dor pode perdurar meses e requerer tratamentos adicionais como as ondas de choque e infiltrações.
    • Inchaço na parte interna do joelho. É incomum e quando presente sugere lesão mais grave.
  • Hematoma na região pode se formar por sangramento decorrente da lesão do ligamento.
  • Instabilidade ao tentar apoiar peso sobre a perna afetada. Esse é o sintoma mais incômodo pois a pessoa perde a firmeza para pisar.
  • Dificuldade em dobrar ou estender completamente o joelho.
  • Em casos mais graves, o joelho pode parecer “solto” ou instável.

Complicações da Lesão do Ligamento Colateral Medial

Uma das complicações possíveis após a lesão do LCM é o desenvolvimento de dor crônica, mesmo depois que o ligamento cicatriza. Para essas situações, pode-se realizar infiltrações no joelho e o tratamento com ondas de choque.

Além disso, se a lesão não for tratada adequadamente, pode resultar em deformidade no joelho, onde a articulação pode ficar “torta” pra dentro (em valgo) ou desalinhada. Para essa complicação, pode ser realizada uma cirurgia corretiva de osteotomia ou uma prótese de joelho (artroplastia).

Por fim, uma lesão não tratada adequadamente, pode levar à destruição do joelho pelo excesso de impacto no menisco e na cartilagem do joelho. Essa destruição recebe o nome de artrose do joelho, e é uma condição dolorosa e debilitante.

Tratamentos para a Lesão do Ligamento Colateral Medial

O tratamento para a lesão do LCM depende da gravidade da lesão, mas a maioria dos casos, especialmente os de grau 1 e 2, podem ser tratados sem cirurgia.

Tratamento sem cirurgia:

    • Repouso: Evitar apoiar o peso do corpo no membro afetado e atividades que possam agravar a lesão é essencial para a recuperação.
    • Gelo: Aplicar gelo na área afetada ajuda a reduzir a dor e o inchaço.
    • Compressão: Usar uma bandagem ou joelheira pode fornecer suporte adicional ao joelho.
  • Imobilização: Utilizar uma órtese no joelho auxilia a estabilizá-lo e diminuir o estresse ao ligamento, permitindo a sua cicatrização.
  • Elevação: Manter o joelho elevado também ajuda a diminuir o inchaço.
  • Fisioterapia: Exercícios específicos são recomendados para fortalecer os músculos ao redor do joelho e melhorar a estabilidade da articulação.
  • Em alguns casos, terapias como ondas de choque ou infiltrações podem ser utilizadas.
  • Medicamentos: Anti-inflamatórios podem ser usados para controlar a dor e o inchaço.

Tratamento com cirurgia:

A cirurgia é raramente necessária, sendo geralmente indicada em 6 situações:

  1. Falha do tratamento sem cirurgia: na devastadora maioria das vezes, realiza-se primeiro o tratamento sem cirurgia. Após aproximadamente 6 semanas, que é o período estimado para cicatrização do ligamento, avalia-se o paciente novamente para determinar se o joelho recuperou a estabilidade. Caso não haja recuperação da estabilidade, indica-se a cirurgia.
  2. Lesão multiligamentoar: quando ocorre a lesão de múltiplos ligamentos além do LCM, como o LCA, canto posteromedial, canto posterolateral e ligamento cruzado posterior, é muito improvável a cicatrização do LCM. Nessa situação, acaba sendo necessário realizar a cirurgia do LCM também.
  3. Ausência de tratamento: não é incomum a pessoa demorar para buscar atendimento com o ortopedista. Com isso, perde-se o timing adequado para tratar sem cirurgia e permitir a cicatrização do ligamento. Assim, faz-se necessário a cirurgia.
  4. Lesão de Stener: é uma lesão infrequente do LCM em que a parte mais distal (distal é a parte mais baixa do ligamento) do ligamento sai do lugar, fica sobre os tendões do joelho e não consegue grudar novamente no osso da tíbia. Com isso, precisamos fazer a cirurgia para reposicionar o ligamento e permitir a cicatrização.
  5. Avulsão óssea: por vezes, o LCM é arrancado do joelho junto com um fragmento de osso do fêmur, ao que chamamos de lesão de Stieda-Pellegrini. Nessa situação, é preciso reinserir o fragmento de osso ao fêmur, e, assim, a lesão é tratada.
  6. Lesões expostas: em acidentes mais graves, pode haver ferimentos profundos da pele sobre o ligamento. Nesses casos, realiza-se uma cirurgia de urgência para limpar o ferimento, reparar o ligamento e fechar a lesão de pele.

A cirurgia para tratamento da lesão do ligamento colateral medial consiste no reparo do ligamento ou na sua reconstrução. O reparo do LCM é quando se costura o ligamento. Já a reconstrução, que é o procedimento mais realizado, consiste em refazer o ligamento. Para tanto, utiliza-se um enxerto de tendão retirado do próprio corpo da pessoa ou de algum doador que faleceu (aloenxerto). Esse enxerto é então posicionado na região anatômica do LCM e fixado com algum dispositivo de fixação como parafusos e âncoras.

Sempre que houver uma lesão no joelho, é fundamental consultar um ortopedista. Apenas um especialista poderá avaliar a gravidade da lesão, determinar o grau da lesão do LCM e recomendar o melhor plano de tratamento para garantir uma recuperação completa e evitar complicações futuras.

Dr. Carlos Vinicius Ortopedista SP

Sobre o Dr. Carlos Vinícius

O Dr. Carlos Vinícius é referência no tratamento por ondas de choque em São Paulo. Formado há mais de 10 anos pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), se especializou em cirurgia do joelho pela Universidade de São Paulo (USP) e finalizou seu doutorado em Ciências da Cirurgia também pela UNICAMP.

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