Sabe aquela dor que ocorre bem na canela? Essa é a canelite ou periostite. A canelite, na verdade, é uma fratura por estresse da tíbia. Você faz tanto exercício (ou faz de maneira incorreta) que o osso da sua perna (tíbia) não aguenta e começa a fraturar, pouco a pouco, até uma hora que pode quebrar o osso todo, o que nós chamamos de fratura completa. Ela só não quebra de uma vez porque o processo é lento.
Esse problema é muito comum em corredores, principalmente maratonistas. Mas pode ocorrer em qualquer pessoa que realize atividade esportiva que exija correr, como o futebol, basquete, handball, etc.
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ToggleSINTOMAS DA CANELITE (FRATURA POR ESTRESSE DA TÍBIA)
A dor é mais comum na região posteromedial da perna, ou seja na parte mais de dentro da perna (medial) e pra trás do tornozelo (posterior). No início, a dor é fraca e só surge no dia seguinte ao treino. Conforme a fratura vai aumentando, a perna começa a doer durante o treino, mas melhora se você descansar. Nessa fase, alguns exercícios que podem provocar a dor são: ficar na ponta dos pés e dar saltos com uma perna.
A dor pode piorar ainda mais e ocorrer com o simples fato de ficar em pé e dar alguns passos. Quando o problema atinge o grau máximo, você simplesmente não conseguirá andar porque sua perna já terá quebrado; ie., a fratura já terá se completado. Como a fratura por estresse da tíbia tem risco de se tornar uma fratura completa, é importante se tratar o quanto antes.
TRATAMENTO CONVENCIONAL DA CANELITE (FRATURA POR ESTRESSE DA TÍBIA)
O tratamento inicial para a fratura por estresse da tíbia consiste em fazer repouso por 2 a 6 semanas até que o osso consiga cicatrizar. Além disso, é importante avaliar se você tem algum distúrbio nutricional e hormonal, principalmente se você for mulher e atleta. É muito comum as mulheres atletas sofrerem com distúrbios hormonais e nutricionais. Esse distúrbio em mulheres se chama síndrome da mulher atleta.
Somado a isso, é imperativo corrigir o treino, o gesto esportivo, a intensidade de treino e qualquer outro parâmetro que possa sobrecarregar os ossos e articulações.
Cerca de 40% a 70% das pessoas melhoram com essas medidas. Os 30% a 60% restantes devem partir para outros tratamentos como as ondas de choque e a cirurgia.
ONDAS DE CHOQUE PARA TRATAR FRATURA POR ESTRESSE DA TÍBIA (CANELITE)
As ondas de choque não são aquele “choquinho” feito na fisioterapia. Elas são, na verdade, ondas de ultrassom mais potentes capazes de desinflamar e auxiliar na cicatrização dos tecidos. É o ortopedista que realiza esse tipo de tratamento. Quando se compara diretamente o tratamento com ondas de choque e o tratamento convencional, observa-se que as ondas de choque têm eficácia de 76% ao passo que o convencional é de 37%.
Além disso, as ondas de choque conseguem reduzir o tempo de recuperação em até 50% quando comparado ao convencional. Por fim, a duração dos resultados com as ondas de choque é de pelo menos 1 ano e 3 meses.
O tratamento pode ser feito no próprio consultório sem necessidade de internação para anestesia geral. Quando o paciente está com muita dor, realizo uma anestesia local. Porém, nos casos de fratura completa da tíbia, pode ser necessário o tratamento cirúrgico associado às ondas de choque.
Após a sessão, recomendo evitar esforço com a perna doente por, pelo menos, 7 dias. Após, o paciente pode retomar suas atividades gradativamente conforme os resultados.
Acha que pode ser útil pra você? Verifique com um ortopedista especialista se você tem indicação de tratar sua canelite (fratura por estresse da tíbia) com as ondas de choque.