pseudoartrose

Ondas de choque para fraturas no osso que não cicatrizam (pseudoartrose)


O osso fraturado (quebrado) cicatriza por um processo biológico chamado de osteogênese. O nome técnico para cicatrização do osso é consolidação óssea.

O problema é que nem tudo são flores: até 10% das fraturas não consolidam como nós esperamos. Elas podem levar muito mais tempo do que o normal (chamamos isso de retardo de consolidação) ou podem nem cicatrizar (chamamos isso de não união).

Existe uma situação bem particular em que, além da fratura não cicatrizar, forma-se uma espécie de membrana na fratura que chamamos de pseudoartrose.


PROBLEMA QUANDO A FRATURA DO OSSO NÃO CICATRIZA


Quando esse distúrbio ocorre, é uma grande dor de cabeça, porque a única solução é operar. Ou, se você já operou, a solução é reoperar. 

Pra piorar a situação, quando a fratura não consolida, existe risco maior de infecção, a musculatura atrofia e você fica por mais tempo afastado de suas atividades habituais.

De fato, é um grande transtorno para você. Por isso, eu recomendo que você leia também meu artigo sobre como acelerar a cicatrização de fraturas.


QUEM TEM MAIS CHANCE DE TER PROBLEMAS NA CICATRIZAÇÃO DE FRATURAS DO OSSO


Os ossos que têm mais chance de sofrer problemas para cicatrizar são o escafoide (no punho), a tíbia e o fêmur. Além disso, certos tipos de fratura possuem maior risco de ter problemas de cicatrização, como as fraturas expostas (ou abertas), as infectadas, as cominutivas (aquelas bem “estilhaçadas”, que têm um monte de fragmento) e aquelas associadas à lesão extensa de partes moles (partes moles são tudo que não é osso, como músculo, pele, tendões, etc.).

Por fim, as pessoas que têm mais chance de ter problemas na cicatrização de suas fraturas são os idosos, diabéticos, tabagistas (fumantes) e pessoas com outras doenças crônicas.


TRATAMENTO POR ONDAS DE CHOQUE PARA PROBLEMAS NA CICATRIZAÇÃO DA FRATURA DO OSSO


Sempre que houver falha na cicatrização da fratura, as ondas de choque estão indicadas. Elas têm o potencial de estimular as células do osso a se multiplicar. Nos estudos, a taxa de sucesso com as ondas de choque é superior a 70%.

Não só isso, elas podem estimular as células de outros tecidos a se multiplicar, por exemplo da pele, músculo, tendões, etc. Isso é muito útil, pois pacientes que possuem fraturas associadas a outras lesões (de pele, por exemplo) podem se beneficiar disso. É como “matar dois coelhos com uma cajadada só”.

Apesar disso, é importante deixar uma coisa muito clara: por mais que indiquemos as ondas de choque para tratar o distúrbio da cicatrização, jamais podemos esquecer os princípios que regem o tratamento de uma fratura. O que quero dizer é que não basta simplesmente aplicar as ondas de choque no osso fraturado. Precisamos avaliar se o osso está bem alinhado, se os implantes colocados na cirurgia (ex.: placa, parafuso, haste, etc.) estão funcionantes, se não tem infecção, entre outros fatores.

Por isso, sempre busque avaliação com o ortopedista especialista no assunto. Ele pode te ajudar na melhor condução para o seu caso.


COMO É O TRATAMENTO POR ONDAS DE CHOQUE


Não se engane pelo nome: as ondas de choque não são aqueles “choquinhos” da fisioterapia. Elas são, na verdade, ondas de ultrassom mais potente. É o ortopedista que realiza esse tipo de tratamento.

Se o paciente precisar ser operado, nós o anestesiamos novamente, reoperamos e, assim que acabar a cirurgia, aplicamos as ondas de choque. Se o paciente não precisar ser operado, o procedimento pode ser feito tanto no consultório quanto no centro cirúrgico com auxílio de um anestesista, que vai sedar o paciente para que ele não sinta desconforto durante o tratamento. A necessidade de realizar anestesia depende do tipo da fratura, localização da fratura e de como será necessário aplicar as ondas de choque.

Acha que pode ser útil pra você? Verifique com um ortopedista especialista se você tem indicação de realizar as ondas de choque para tratar o problema de cicatrização da sua fratura.

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