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Fraturas que não cicatrizam (Pseudoartrose)

Fraturas fazem parte da vida de muitas pessoas. Seja por acidentes de trânsito, quedas, esportes de impacto ou até por doenças que enfraquecem os ossos, como a osteoporose, é comum que em algum momento alguém precise lidar com o processo de cicatrização óssea. Em condições normais, esse processo acontece de forma gradual e previsível, permitindo que o paciente volte a sua rotina em semanas ou meses. No entanto, existe uma complicação que preocupa médicos e pacientes: a pseudoartrose, situação em que a fratura não se consolida como deveria, permanecendo instável e dolorosa. Essa condição pode comprometer não apenas a função do membro afetado, mas também a qualidade de vida do indivíduo, que passa a conviver com limitações físicas e emocionais.

O que é pseudoartrose?

A pseudoartrose é caracterizada pela incapacidade do osso fraturado de cicatrizar, mesmo após o tempo considerado adequado para consolidação. Enquanto uma fratura comum evolui para a formação de calo ósseo e posterior remodelação, na pseudoartrose esse processo é interrompido, criando um falso ponto de mobilidade, como se o paciente tivesse desenvolvido uma articulação extra. Essa condição não deve ser confundida com a demora na cicatrização, conhecida como atraso de consolidação. No atraso, o osso ainda está em processo de recuperação; já na pseudoartrose, a consolidação não ocorre espontaneamente, sendo necessário um tratamento específico.

Por que a pseudoartrose acontece?

A cicatrização óssea é um fenômeno complexo que depende da estabilidade da fratura, da irrigação sanguínea adequada e da capacidade biológica do corpo em regenerar o tecido. Quando qualquer uma dessas condições é comprometida, o risco de pseudoartrose aumenta. O problema pode surgir por falhas mecânicas, como movimentação excessiva no local da fratura ou uso de métodos de fixação insuficientes, que impedem o alinhamento correto dos fragmentos ósseos. Também pode estar relacionado a fatores biológicos, como necrose de parte do osso, má circulação ou até infecção local. Além disso, fatores externos como tabagismo, alcoolismo, desnutrição, uso de medicamentos como corticoides e até a idade avançada exercem papel importante no insucesso do processo de cicatrização.

Fatores de risco mais comuns

Embora qualquer pessoa possa desenvolver pseudoartrose, existem grupos mais vulneráveis. Pacientes com doenças crônicas, como diabetes ou osteoporose, apresentam maior dificuldade de regeneração óssea. Fraturas expostas ou muito fragmentadas também aumentam o risco, pois comprometem tanto a estabilidade quanto o suprimento sanguíneo. Além disso, ossos que naturalmente têm menos vascularização, como a tíbia e o colo do fêmur, apresentam maior propensão a esse tipo de complicação.

Sintomas e diagnóstico

Os sinais de pseudoartrose geralmente aparecem quando o paciente percebe que o tempo de recuperação está sendo mais longo do que o esperado. A dor persistente é um dos principais sintomas, especialmente quando continua presente meses após a fratura. Outro sinal característico é a sensação de instabilidade ou movimento anormal no local, dificultando atividades simples como caminhar ou apoiar peso. Para confirmar o diagnóstico, o médico realiza exame clínico e solicita exames de imagem. O raio-X é o mais utilizado, pois revela a ausência de calo ósseo. Em alguns casos, a tomografia e a ressonância magnética são necessárias para avaliar detalhes como irrigação sanguínea, necrose óssea ou presença de infecção.

Consequências na vida do paciente

Conviver com pseudoartrose não significa apenas lidar com dor física. Essa condição compromete funções básicas do corpo, podendo impedir a locomoção, a prática de esportes e até atividades cotidianas, como subir escadas ou carregar objetos. Além disso, o impacto emocional é significativo: a frustração com o processo de recuperação, a dependência de familiares e a perda de autonomia geram ansiedade, insegurança e até quadros de depressão. Por isso, o tratamento deve considerar não apenas o aspecto físico, mas também o bem-estar psicológico do paciente.

Tratamentos disponíveis

O tratamento da pseudoartrose pode variar desde procedimentos conservadores até intervenções cirúrgicas complexas. Tradicionalmente, opções como enxertos ósseos, fixadores externos e placas metálicas têm sido utilizadas para estimular a consolidação. Entretanto, esses métodos, apesar de eficazes em muitos casos, exigem internação, recuperação longa e podem gerar novas complicações.

Nos últimos anos, a medicina avançou com técnicas menos invasivas e altamente promissoras. Entre elas, destaca-se o tratamento com ondas de choque extracorpóreas (ESWT), que vem transformando a forma como médicos lidam com fraturas que não cicatrizam.

Tratamento com ondas de choque extracorpóreas (ESWT)

A terapia por ondas de choque extracorpóreas é um procedimento não invasivo, no qual ondas acústicas de alta energia são aplicadas sobre a região da pseudoartrose. Essas ondas estimulam a formação de novos vasos sanguíneos, ativam células responsáveis pela produção de tecido ósseo e desencadeiam processos regenerativos. Diferente de uma cirurgia, o tratamento pode ser realizado em sessões ambulatoriais, com mínimo desconforto e sem necessidade de internação.

Tipos de ondas de choque aplicadas

Existem três principais modalidades utilizadas no tratamento da pseudoartrose:

  • Ondas de choque radiais: atuam mais superficialmente e são indicadas para fraturas próximas da pele, como no rádio ou na fíbula. Sua principal vantagem é o conforto durante a aplicação e a rapidez das sessões.
  • Ondas de choque focais: alcançam camadas mais profundas do osso, sendo eficazes em grandes estruturas como fêmur e tíbia. Por sua precisão, são muito utilizadas em casos de pseudoartrose resistente.
  • Ondas de choque desfocadas: distribuem a energia de forma ampla, combinando características das modalidades anteriores. Essa técnica é útil em áreas extensas ou em pacientes que necessitam de estimulação generalizada.

O grande diferencial desse método é que ele promove cicatrização de dentro para fora, estimulando o corpo a se autorreparar sem cortes ou implantes.

Outras opções terapêuticas

  • PRP (Plasma Rico em Plaquetas): Consiste na retirada de sangue do paciente, processamento em centrífuga e reaplicação concentrada das plaquetas na área da pseudoartrose. As plaquetas liberam fatores de crescimento que estimulam a cicatrização óssea e a regeneração de tecidos.
  • Células-tronco mesenquimais: São coletadas da medula óssea ou tecido adiposo do paciente e aplicadas na região da fratura. Essas células têm capacidade de se diferenciar em células ósseas, promovendo a formação de novo tecido e acelerando a consolidação.
  • Enxertos ósseos: Podem ser autólogos (do próprio paciente) ou alógenos (de banco de ossos). Preenchem a área da pseudoartrose, fornecendo suporte físico e estímulo biológico para a regeneração.
  • Estimulação elétrica: Utiliza correntes elétricas aplicadas na região óssea para ativar os osteoblastos, células formadoras de osso. É indicada em casos de fraturas com atraso de consolidação e em algumas pseudoartroses.
  • Fixadores externos: Estruturas metálicas externas conectadas ao osso com pinos. Garantem estabilidade, permitem correção de deformidades e favorecem a cicatrização em casos graves ou infectados.
  • Placas e parafusos de última geraçã: Implantes cirúrgicos modernos, feitos de ligas biocompatíveis, que corrigem o alinhamento, estabilizam o osso e aumentam as chances de consolidação adequada.

Prevenção da pseudoartrose

Embora nem sempre seja possível evitar a pseudoartrose, algumas medidas reduzem consideravelmente o risco. Seguir à risca as orientações médicas após uma fratura é fundamental, incluindo repouso adequado e uso correto de imobilizações. Manter uma alimentação equilibrada, rica em cálcio e vitamina D, fortalece a estrutura óssea, enquanto abandonar hábitos prejudiciais como tabagismo e alcoolismo aumenta as chances de cicatrização plena. Outro ponto essencial é o acompanhamento médico periódico, sobretudo em pacientes idosos ou com doenças crônicas.

A pseudoartrose é uma condição complexa que desafia tanto pacientes quanto profissionais de saúde, mas que pode ser superada com diagnóstico precoce e tratamento adequado. As novas tecnologias, como as ondas de choque extracorpóreas, oferecem resultados cada vez mais promissores, permitindo que muitos pacientes recuperem sua qualidade de vida sem a necessidade de cirurgias invasivas. O mais importante é que o paciente não ignore os sinais e procure atendimento especializado sempre que a cicatrização de uma fratura parecer estagnada.

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A pseudoartrose é um desafio na ortopedia, mas os avanços atuais oferecem soluções inovadoras, seguras e eficazes. Seja na recuperação de fraturas complexas, no alívio da dor persistente ou na restauração da função do membro afetado, os tratamentos modernos, como as ondas de choque extracorpóreas, representam uma alternativa revolucionária que vem transformando vidas. Consultar um especialista é essencial para identificar a melhor abordagem e garantir resultados duradouros.

O Dr. Carlos Vinícius é ortopedista com foco em medicina regenerativa e realiza uma avaliação completa para entender o grau da lesão, o perfil do paciente e definir o melhor tratamento, cirúrgico ou não, com tecnologias como reabilitação personalizada, terapia biológica e protocolos avançados de recuperação.

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