Usamos o ombro pra fazer praticamente tudo: pegar objetos, escovar os dentes, pentear o cabelo, comer, fazer a higiene, etc. São coisas banais para as quais nem damos importância até que você começa a ter dor no ombro.
Aí que você lembra que o ombro existe, não é?
Qualquer distúrbio no ombro pode ser muito incapacitante porque interfere na forma como você interage com as coisas. O pior é que o ombro é uma articulação que não pode ficar muito tempo parada senão ela começa a atrofiar. Os músculos começam a degenerar e se transformar em gordura. Com isso, o ombro fica fraco e duro, com perda de mobilidade.
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ToggleTENDÕES E OUTRAS ESTRUTURAS QUE PODEM INFLAMAR NO OMBRO
Afinal, qual a causa da dor no seu ombro?
O distúrbio mais comum é a tendinite dos músculos do manguito rotador: supraespinal (ou supraespinhoso), infraespinal (ou infraespinhoso), redondo menor e subescapular. O tendão que mais sofre é o supraespinal. Ele é o mesmo que sofre também da tendinite calcária (ou calcificada). Pra mais informações sobre tendinite calcificada, acesse a o artigo que escrevi.
Outras estruturas do ombro acabam sendo afetadas pela própria tendinite do manguito rotador, porque a mecânica do seu ombro é forçada a modificar para que você se adapte da melhor maneira à dor. É igual quando temos dor no joelho, e a coluna começa a doer porque você “força” outras regiões do corpo pra compensar.
Essas outras estruturas do ombro que são afetadas pela tendinite são:
- a bursa subacromial, que pode inflamar, resultando na bursite subacromial;
- músculos da cintura escapular (ex: trapézio, romboide e redondo menor) podem sofrer disfunção, resultando em dor miofascial;
SINTOMAS DA TENDINITE E BURSITE DO OMBRO
Normalmente, a sua dor ocorre mais à noite, principalmente no início. Com o avanço da doença, passa a doer durante o dia e nas atividades habituais como estender a toalha no varal, jogar tênis, levantar o peso na academia, entre outras.
Depois, pode ficar ainda mais intensa a dor e incomodar pra coisas cada vez mais simples como escovar os dentes, cumprimentar as pessoas, segurar o talher, etc.
Alguns pacientes sentem inclusive uma dor que começa no pescoço, passa pelo ombro e chega até a ponta dos dedos. Esse tipo de sintoma confunde muito com a hérnia de disco cervical e a síndrome do desfiladeiro torácico. Tem até pacientes que acabam operando a coluna porque houve essa confusão diagnóstica.
Por isso, é muito importante ser avaliado pelo ortopedista especialista, que vai te examinar bem e fazer uma boa anamnese. Não basta ficar preso ao laudo do exame de imagem: existe muito resultado falso positivo, principalmente em pacientes com mais de 40 anos. Nessa faixa etária, é comum aparecer “lesões” na coluna e no ombro que não condizem com a sua dor.
TRATAMENTO CONVENCIONAL PARA TENDINITE E BURSITE NO OMBRO
Comumente, prescrevo o clássico para o paciente porque a eficácia é de 75%:
- Fisioterapia
- Analgésicos
- Anti-inflamatórios
- Fortalecimento
- Alongamento
TRATAMENTO COM ONDAS DE CHOQUE PARA TENDINITE E BURSITE NO OMBRO
Para os 25% dos pacientes que não se beneficiaram do tratamento convencional, antes de optar pela cirurgia, existe a opção das ondas de choque, que é um tratamento não invasivo e consiste na aplicação de ondas de ultrassom com uma potência maior. Ressalto que não tem nada a ver com o “choquinho” da fisioterapia. É um procedimento realizado pelo ortopedista.
Com as ondas de choque, mais da metade dos pacientes exibe melhora de mais de 50% da dor por pelo menos 1 ano. Esses resultados são para pacientes que não melhoraram com o tratamento convencional; portanto, é um resultado muito satisfatório.
A sessão de ondas de choque ocorre no próprio consultório do ortopedista, sem necessidade de anestesia geral. Após o tratamento, recomendo sempre que o paciente evite, por 1-7 dias, esforço com o ombro doente.
Acha que pode ser útil pra você? Verifique com um ortopedista especialista se você tem indicação para tratar sua tendinite ou bursite no ombro com as ondas de choque.