A doença de Osgood-Schlatter é uma condição que afeta principalmente crianças e adolescentes durante o estirão de crescimento, mas pode persistir na vida adulta e incomodar bastante. Neste artigo, exploraremos as causas, sintomas, diagnóstico e tratamentos para a doença de Osgood-Schlatter, além de fornecer dicas sobre como prevenir e lidar com essa condição.
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ToggleO que é a doença de Osgood-Schlatter?
A doença de Osgood-Schlatter é uma inflamação no osso da tuberosidade anterior da tíbia, que é uma área situada logo abaixo da linha do joelho, mais pontuda, onde o tendão patelar se insere na tíbia (osso da canela). Essa condição é causada por sobrecarga excessiva no tendão patelar, que puxa a cartilagem de crescimento da tuberosidade tibial. É uma condição comum em crianças e adolescentes do sexo masculino, especialmente os meninos que praticam esportes de corrida, saltos e mudanças rápidas de direção, como o futebol, a própria corrida, basquetebol entre outros.
Quem mais sofre com a doença
A doença de Osgood-Schlatter afeta cerca de 10% dos adolescentes que participam regularmente de esportes. É mais comum em meninos com idades entre 12 e 15 anos e meninas entre 10 e 13 anos. Embora afete principalmente jovens atletas, também pode ocorrer em adultos como uma sequela de problemas não resolvidos na infância.
Causas e fatores de risco
Causas
A doença de Osgood-Schlatter ocorre devido à sobrecarga excessiva no ponto onde o tendão patelar se insere na tíbia. Note que o problema não é no tendão, mas no osso, bem na cartilagem de crescimento. O tendão traciona demais essa cartilagem de crescimento, que adoece, cresce além da conta e acaba se fragmentando, podendo gerar calcificações com o passar do tempo.
As principais causas incluem:
- Atividades de alto impacto: Esportes que envolvem corrida, saltos e mudanças rápidas de direção.
- Crescimento acelerado: Durante os surtos de crescimento, os ossos, músculos e tendões podem não crescer na mesma proporção, resultando em tensão excessiva nos pontos de inserção do tendão.
Fatores de risco
Os fatores de risco para a doença de Osgood-Schlatter incluem:
- Idade e gênero: Mais comum em meninos adolescentes, mas as meninas também podem ser afetadas.
- Participação em esportes: Atividades físicas que envolvem corrida, salto e agachamento repetitivo.
- Histórico familiar: Predisposição genética pode desempenhar um papel.
Sintomas
Os sintomas da doença de Osgood-Schlatter incluem:
- Dor e inchaço: Dor localizada logo abaixo da rótula, na tuberosidade tibial, que pode ser agravada por atividades físicas.
- Sensibilidade: Sensibilidade ao toque na área afetada.
- Inchaço: Leve inchaço ao redor da tuberosidade tibial.
- Protuberância óssea: Formação de uma protuberância óssea na área afetada, visível e palpável. O joelho fica mais “pontudo”.
A doença de Osgood-Schlatter em adultos
A doença de Osgood-Schlatter é muito mais comum em crianças por conta das alterações de crescimento explicadas anteriormente. No entanto, algumas dessas crianças permanecem com o problema mesmo após o término do crescimento e levam o problema à idade adulta. Nessa situação, é ainda mais comum o surgimento de uma protuberância na parte da frente do joelho, que fica bem grande. Além disso, a cartilagem de crescimento ossifica e se formam calcificações em torno do tendão patelar que acaba inflamando também e dificultando o tratamento, que será descrito adiante.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença de Osgood-Schlatter é baseado em uma combinação de avaliação clínica e exames complementares. O processo diagnóstico inclui:
- Anamnese: Conversa com o médico sobre os sintomas, atividades físicas, possíveis lesões prévias e histórico de saúde.
- Exame físico: Avaliação da dor, sensibilidade e amplitude de movimento do joelho.
- Exames de imagem: Radiografias e ressonância magnética podem ser usadas para visualizar a protuberância óssea na tuberosidade tibial e excluir outras causas de dor no joelho.
Tratamentos
O tratamento da doença de Osgood-Schlatter visa aliviar a dor e reduzir a inflamação. As opções de tratamento incluem:
Tratamento não cirúrgico
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- Repouso: Redução das atividades que causam dor, permitindo tempo para a recuperação.
- Gelo: Aplicação de gelo na área afetada para reduzir a dor e o inchaço.
- Fisioterapia: Exercícios de alongamento e fortalecimento para melhorar a flexibilidade e a força muscular ao redor do joelho.
- Medicamentos: Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor e a inflamação.
- Injeção de plasma rico em plaquetas (PRP): O PRP é obtido a partir do sangue do próprio paciente e contém uma alta concentração de plaquetas, que são ricas em fatores de crescimento que auxiliam a melhorar a dor do local doente.
- Tratamento com ondas de choque: Utiliza ondas de choque acústicas para diminuir a inflamação do tecido doente e melhorar a dor. O tratamento é feito pelo médico no próprio consultório
- Injeção de células-tronco: As células-tronco mesenquimais são extraídas da medula óssea ou do tecido adiposo do paciente e injetadas na área afetada.
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Cirurgia
A cirurgia consiste em remover as calcificações no entorno do tendão patelar, e o tecido doente em toda a região da tuberosidade da tíbia e tendão patelar. Para essa cirurgia, é necessário realizar um corte na parte da frente do joelho e realizar a remoção dos tecidos alterados.
A Importância de Consultar um Ortopedista
Consultar um ortopedista é crucial para o diagnóstico e tratamento adequado de diversas condições músculo esqueléticas, incluindo a doença de Osgood-Schlatter. Um ortopedista possui o conhecimento especializado e a experiência necessária para avaliar com precisão o estado de suas articulações, ossos e músculos, e recomendar o tratamento mais eficaz.
Conclusão
A doença de Osgood-Schlatter é uma condição comum em crianças e adolescentes que pode persistir na vida adulta em alguns casos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para a recuperação completa e ao retorno das atividades diárias. Se você está enfrentando sintomas de Osgood-Schlatter, é importante consultar um especialista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.