Tendinite: o que causa e como tratar

Tendinite: o que causa e como tratar

Há dezenas de tendões pelo nosso corpo, todos muito importantes para os movimentos. Por isso, são grandes as chances de pelo menos um deles inflamar durante a vida.

Esse problema recebe o nome de tendinite.

O que causa a tendinite?

A tendinite ocorre quando, por serem submetidos a estresses mecânicos e tração durante grande parte do tempo, os tendões sofrem estresse repetidos e intensos.

Isso pode fazer com que eles sofram pequenas lesões que, ao se acumularem, levam a um quadro de inflamação – que é a tendinite. 

Ela pode acometer qualquer tendão do corpo, mas é mais comum que aconteça nas seguintes articulações:

  • Joelhos
  • Ombros
  • Cotovelos
  • Pés
  • Tornozelos 

Por isso, não é à toa que um dos grupos mais afetados pela tendinite sejam justamente os atletas, que têm uma alta demanda de articulações específicas do corpo, de acordo com o esporte. Mas ela também é comum em pessoas que trabalham realizando algum movimento específico repetidamente. 

Normalmente, classificamos a tendinite como uma dessas duas categorias.

Tendinite Aguda

A tendinite aguda recebe esse nome quando a história de dor é recente, durando menos de 45 dias. 

Ela pode ser causada, entre outras coisas, por movimentos e impactos bruscos que acabam lesionando os tendões. 

Tendinite Crônica

A tendinite crônica aparece sobretudo em pessoas que realizam um mesmo movimento repetidamente. 

Conforme a sobrecarga e as lesões se acumulam, a inflamação de um mesmo tendão pode se tornar recorrente, perdurando por mais tempo e retornando mesmo depois de tratada.

O envelhecimento também é um fator que pode influenciar no aparecimento de uma tendinite crônica, já que os tendões perdem sua elasticidade com o passar dos anos.

Infelizmente, ainda não há cura para a tendinite crônica. Mas com o tratamento adequado, é possível aliviar os sintomas e reduzir os riscos de ruptura de tendão.

Tendinite Calcária

A tendinite calcária afeta os tendões do manguito rotador, no ombro. Ela ocorre quando o tendão passa por um processo de calcificação, prejudicando os movimentos do ombro.

Na fase aguda, esse tipo de tendinite causa uma dor intensa e repentina, mas que pode diminuir com o tempo. 

Se não for tratada, pode levar a outros problemas que prejudicam a articulação, como a capsulite adesiva. 

Sintomas da Tendinite

O principal e mais característico sintoma da tendinite é a dor local ao movimentar o tendão afetado. Essa dor também pode irradiar para os músculos ao redor. 

Outro sintoma que também aparece com frequência é uma maior dificuldade de movimentar o tendão afetado. Uma pessoa com tendinite no ombro, por exemplo, pode ter dificuldades para erguer o braço em certas direções. 

Caso a pessoa também apresente vermelhidão e aumento de temperatura local, é necessário fazer uma investigação mais precisa, já que esses sintomas podem ser indicativos de uma infecção ou de uma inflamação mais grave, como a tromboflebite. 

Tratamentos para a tendinite

Existe uma série de possíveis tratamentos para a tendinite, que devem ser explorados conforme o caso de cada paciente.

Medicamentos

O uso de analgésicos e anti-inflamatórios orais é geralmente uma das primeiras opções de tratamento, especialmente nos casos de tendinite aguda. 

Em certos casos, eles podem ser suficientes. Mas nem sempre esse tipo de tratamento proporciona uma recuperação completa da tendinite. 

Plasma Rico em Plaquetas

Quando sofremos alguma lesão no nosso corpo, as plaquetas são as primeiras a chegar para ajudar na cicatrização.

Elas são como pequenos “tijolos” que ajudam a reparar as lesões até que a regeneração celular faça seu trabalho, acelerando o processo de recuperação.

Como tendões e ligamentos não são áreas muito vascularizadas, o fluxo de plaquetas que eles recebem no caso de lesões e inflamações é menor. 

Por isso, aplicações de plasma rico em plaquetas retirado do sangue da própria pessoa ajudam a acelerar o processo natural de regeneração tecidual.

Ondas de Choque

As ondas de choque são ondas de ultrassom mais potentes capazes de desinflamar e auxiliar na cicatrização dos tecidos

Cerca de 90% dos pacientes apresentam bons resultados com o tratamento por ondas de choque. A dor melhora, em média, 70% por pelo menos 6 meses. 

Após a sessão, o paciente pode precisar ficar em repouso parcial por alguns dias, mas logo pode retomar suas atividades gradativamente conforme os resultados.

Infiltrações

Outra opção é a injeção local de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e anti-homotóxicos no tendão afetado, para amenizar os sintomas e controlar o quadro inflamatório.

Um tipo especial de infiltração é a proloterapia, que contém uma mistura de medicamentos que produzem um “choque” osmótico nas células, induzindo-as a recuperar sua função normal.

Fisioterapia e Repouso 

Dependendo do caso, a fisioterapia pode ajudar a recuperar os movimentos prejudicados pela tendinite e fortalecer a musculatura ao redor do tendão para melhor protegê-lo e auxiliar nas atividades do dia a dia. 

O tempo de repouso pode variar muito de acordo com o local da tendinite, a intensidade da inflamação, o condicionamento físico da pessoa, a idade etc.

Cirurgia

A maioria dos casos de tendinite não precisa passar por cirurgia. Por isso, esse tratamento é usado apenas em último caso, quando os outros tratamentos falham.

Por meio de uma cirurgia artroscópica, é possível costurar rupturas no tendão e realizar a raspagem de possíveis calcificações.

O Dr. Carlos Vinícius Buarque de Gusmão é ortopedista, especialista em Joelho, ondas de choque e Tratamentos Minimamente Invasivos (infiltração, denervação, PRP e Bloqueio dos geniculares) e atende em São Paulo, na Vila Mariana e no Morumbi. Se quiser tirar suas dúvidas, clique aqui!

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