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Infecção em prótese de joelho: causas, bactérias comuns e tratamento em 1 ou 2 tempos

Quando uma articulação do joelho é substituída por uma prótese, em alguns casos pode ocorrer a entrada e proliferação de bactérias. Essa situação é chamada de infecção periprotética, e apesar de não ser comum, é uma complicação grave.

A infecção pode surgir logo após a cirurgia, semanas ou até anos depois do procedimento. Em alguns casos, a pessoa não sente nada, e só descobre a infecção porque a prótese se soltou (desgrudou do osso).

Quais são os tipos de infecção?

  • Infecção pós-operatória precoce: acontece nas primeiras 4 semanas, com vermelhidão, dor, inchaço ou saída de secreção no local.
  • Infecção tardia crônica: o joelho dói constantemente, mas não há sinais visíveis de infecção.
  • Infecção aguda hematogênica: a pessoa estava bem e começa a sentir dor e inchaço no joelho por causa de uma bactéria que chegou pelo sangue.
  • Infecção oculta: não há sintomas, mas a infecção é identificada durante uma cirurgia de troca da prótese por outro motivo.

Bactérias mais comuns

Normalmente, são bactérias que já estão na pele do paciente, mas algumas vezes, pode ser adquirida em ambiente hospitalar.

  • Staphylococcus aureus: Essa é a principal causadora.
  • Staphylococcus epidermidis: Bactéria que habita naturalmente a pele, mas que pode ser perigosa em ambiente cirúrgico.
  • Outras bactérias oportunistas: Bactérias como Pseudomonas, Enterococcus e até fungos podem causar infecção, especialmente em pacientes imunossuprimidos.

Principais causas da infecção

  1. Contaminação durante a cirurgia: Mesmo com todo o cuidado, a sala cirúrgica pode ser um ambiente de risco se não forem seguidos protocolos rígidos.
  2. Fatores de risco do paciente: Diabetes, obesidade, tabagismo, doenças autoimunes e uso de imunossupressores aumentam a probabilidade de infecção.
  3. Infecções secundárias: Uma infecção em outro local do corpo pode atingir a prótese via corrente sanguínea.

Como é feito o diagnóstico?

  1. Exames clínicos: O médico avalia sinais locais como dor intensa, febre, calor na região e presença de secreção.
  2. Exames laboratoriais e imagem: A análise do líquido sinovial que fica dentro do joelho é o principal exame, mas pode ser realizado também hemograma, PCR, VHS, e exames de imagem como raio-X e ressonância magnética.
  3. Cultura do líquido sinovial: É a coleta de líquido da articulação para descobrir exatamente qual bactéria está presente.

Sintomas mais comuns

  • Dor no joelho operado
  • Inchaço e vermelhidão
  • Saída de secreção pela cicatriz
  • Febre persistente
  • Dificuldade para movimentar o joelho
  • Soltura da prótese (prótese desgruda do osso)

A infecção tem cura?

Sim, mas o tratamento precisa ser rápido e adequado. Quanto mais cedo for identificada, maiores as chances de sucesso.

Casos reversíveis

Se a infecção for leve e descoberta em até 30 dias da cirurgia (idealmente dentro das primeiras 2 semanas), é possível tratar com antibióticos e limpeza cirúrgica, mantendo a prótese.

Quando a prótese precisa ser removida?

Quando a infecção perdura há mais de 30 dias após a realização da prótese, as bactérias formam uma estrutura chamada de biofilme. O biofilme funciona como uma capa protetora que impede a chegada de antibiótico para tratar a infecção. Mesmo limpando exaustivamente a prótese por meio de um desbridamento cirúrgico, não é possível remover o biofilme completamente. Por conta disso, é necessário remover toda a prótese e substitui-la por outra prótese. O nome dessa cirurgia é cirurgia de revisão de prótese.

Tratamento em 1 ou 2 tempos?

Tratamento em 1 tempo: quando é indicada?

Indicada quando a infecção está bem controlada, o tipo de bactéria é conhecido e sensível aos antibióticos. A prótese antiga é removida e a nova já é colocada na mesma cirurgia.

Tratamento em 2 tempos: como funciona?

A prótese é retirada, um espaçador com antibiótico é colocado e, após 2 a 6 semanas de antibiótico, uma nova prótese é implantada. O espaçador é um material feito de cimento ortopédico e que será colocado no espaço da prótese para que não ocorra encurtamento dos tecidos e dificulte a implantação da nova prótese.

Qual o melhor método?

Cada caso é avaliado individualmente. Por exemplo, em casos de infecção controlada com bactéria já conhecida, pode ser feita a cirurgia em 1 tempo com segurança. Já em casos com infecção grave, saindo pus, com bacteria ainda não identificada, é mais seguro realizar o procedimento em 2 tempos.

Qual o papel do cimento ortopédico?

Pode ser utilizado tanto para fixar a prótese quanto como espaçador temporário, liberando antibióticos no local da infecção. Ajuda a combater a infecção diretamente na região afetada, reduzindo a chance de recidiva.

Como é feita a cirurgia para tratar a infecção?

  • Desbridamento e troca do espaçador: Remove-se todo o tecido infectado, retira a prótese infectada e coloca-se um espaçador com antibiótico para manter o espaço articular.
  • Antibioticoterapia: o paciente permanece internado tomando antibiótico pela veia. Passados alguns dias, o antibiótico da veia pode ser substituído por antibiótico por boca (via oral) a depender do tipo de bactéria. O paciente pode eventualmente receber alta e aguardar em casa o prazo para realizar a cirurgia definitiva.
  • Reimplante definitivo: Quando a infecção está controlada, geralmente entre 2 e 6 semanas após a primeira cirurgia, é feita a colocação da nova prótese. No caso da cirurgia em 1 tempo, retira-se a prótese e todo o tecido infectado e já coloca a prótese nova sem a necessidade de usar um espaçador. Nessa situação, colocamos antibiótico no cimento da nova prótese e o paciente recebe antibiótico na veia por alguns dias, sendo substituído, quando possível, para antibiótico via oral.

Sempre é preciso trocar a prótese?

Se a infecção for detectada cedo e a prótese estiver estável, pode ser mantida com antibióticos e limpeza. Na maioria dos casos, não é o que acontece e acaba sendo necessário trocar a prótese.

Casos em que a troca é obrigatória

Quando a infecção é profunda, crônica ou envolve bactérias resistentes.

Há risco de perder a perna?

Em situações muito graves, com infecção generalizada ou necrose dos tecidos, a amputação pode ser considerada. Quando não há mais possibilidade de controle da infecção, nem com troca de prótese. Mas antes de se chegar a esse ponto, são exploradas todas as possibilidades, inclusive a realização de artrodese, que é a remoção da prótese e a realização de uma cirurgia para fundir (unir) os ossos do joelho. Essa medida costuma ser bastante resolutiva, minimizando muito o risco de amputação.

Qual o tempo de recuperação?

  1. Tempo com espaçador? Geralmente de 2 a 6 semanas, dependendo da resposta ao tratamento.
  2. Retorno à mobilidade após o reimplante? Após a nova prótese, já é iniciada imediatamente a reabilitação para recuperação da mobilidade e capacidade de andar..

Dá para prevenir a infecção?

  1. Cuidados antes da cirurgia? Controle do diabetes, suspensão do cigarro, perda de peso, controle de infecções ativas, e descolonização da pele.
  2. Higiene hospitalar e protocolos? Cirurgias feitas em centros especializados têm taxas de infecção bem menores.
  3. Acompanhamento pós-operatório? Retorno ao médico, cuidado com curativos e alerta a qualquer sinal de infecção são essenciais.

Infecções em próteses de joelho são incomuns (menos de 3% dos casos), mas são sérias. Apesar disso, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitas vezes é possível resolver o problema sem grandes sequelas. A cirurgia de revisão, seja em um ou dois tempos, costuma apresentar bons resultados, especialmente quando associada ao uso correto de antibióticos e cimentação medicada. É fundamental seguir os cuidados médicos e não ignorar sinais de infecção. Prevenir é sempre melhor do que remediar, por isso, o acompanhamento pré e pós-cirúrgico faz toda a diferença.

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